ARQUEOLOGIA IBEROAMERICANA - ISSN 1989-4104
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Pinturas rupestres da região
arqueológica de Piripiri, Piauí, Brasil

Luis Carlos Duarte Cavalcante
Universidade Federal do Piauí, Brasil


Resumo
O município de Piripiri, no estado do Piauí (Brasil), tem diversos sítios arqueológicos, essencialmente abrigos sob rocha e paredões decorados com pinturas rupestres e/ou gravuras, testemunhos excepcionais de atividade humana antiga. Em particular, os povoados Buriti dos Cavalos, Cadoz Velho e Jardim, localizados na área rural de Piripiri, apresentam algumas inscrições pré-históricas caracterizadas pela beleza exuberante, elevada densidade de registros gráficos e frequente policromia, tornando-se assim áreas de especial interesse para o estudo arqueológico de arte rupestre. Além da policromia, há sobreposições e recorrência dos registros rupestres, pintados em diferentes momentos de evolução gráfica. As pinturas rupestres consistem de grafismos puros e geométricos, carimbos de mãos humanas, motivos antropomórficos e zoomórficos, pintadas em amarelo, preto, cinza (inclusive na cor cinza-esverdeada), rosa, branco, alaranjado e predominantemente em diferentes tonalidades de vermelho.

Palavras-chave
Pinturas rupestres, patrimônio arqueológico, pré-história.

Datas
Recebido: 3-5-2015. Aceito: 11-5-2015. Publicado: 18-5-2015.

Como citar
Duarte Cavalcante, L. C. 2015. Pinturas rupestres da região arqueológica de Piripiri, Piauí, Brasil. Arqueología Iberoamericana 26: 6-12. URL: http://www.laiesken.net/arqueologia/archivo/2015/26/1. PURL: http://purl.org/aia/261.

Considerações finais
A coleção de dados coletados sobre as pinturas rupestres da região arqueológica de Piripiri aponta para uma característica gráfica diferente daquela existente no sudeste do Piauí. Destaca-se a elevada recorrência de ornitomorfos/propulsores de dardos, repetidamente pintados nos abrigos investigados, sobretudo nos sítios Pedra do Atlas, Pedra do Dicionário e Pedra do Cantagalo I. Também é peculiar a frequente recorrência de carimbos de mãos. Os registros rupestres revelam diferentes momentos de evolução gráfica, com alguns grafismos substancialmente elaborados.
Destacam-se ainda as frequentes sobreposições de cores e de registros rupestres, os quais foram pintados em padrões policrômicos, embora a cor vermelha seja a dominante. Aparecem ainda as cores preta, amarela, cinza, branca, rosa, vinho e alaranjada.
A existência de gravuras rupestres, majoritariamente na forma de cupules, é outro elemento interessante desse conjunto de sítios, grafadas harmonicante com os registros rupestres pintados. Há também algumas gravuras pintadas, aspecto especialmente raro em sítios arqueológicos brasileiros.
Os variados problemas de conservação apontam para a necessidade de intervenções urgentes, pois em alguns casos estão avançando rapidamente sobre os grafismos pintados, como as raízes de plantas trepadeiras, as galerias de cupins, as eflorescências salinas e os dejetos de animais.
Atualmente as pesquisas nessa área continuam em andamento e novas abordagens se configuram nitidamente nesse cenário. As abordagens atuais dão continuidade ao levantamento dos registros rupestres e dos principais problemas de conservação, preocupando-se especialmente com o monitoramento, para a avaliação do avanço dos agentes mais degradantes. Dentro dessa visão, um foco particular tem sido dado à avaliação sistemática de parâmetros como temperatura e umidade relativa do ambiente, temperatura do substrato rochoso (em áreas com e sem pinturas rupestres), bem como da velocidade das correntes de ar que atuam diretamente nos sítios de arte rupestre.
Igualmente, tem-se realizado a caracterização químico-mineralógica das pinturas rupestres e das eflorescências salinas. O interesse analítico tem sido a utilização de técnicas inéditas na investigação de materiais arqueológicos.

Agradecimentos
Ao CNPq, pelo apoio financeiro (processo 487148/2013-4), e aos discentes Pablo Rodrigues e Andrews Rodrigues, da Graduação em Arqueologia da UFPI, pelo auxílio no levantamento dos dados de campo.

Sobre o autor
Luis Carlos Duarte Cavalcante é professor e pesquisador da Graduação e do Mestrado em Arqueologia da UFPI. Tem Graduação e Mestrado em Química pela UFPI, e Doutorado em Ciências (Química), com tese em arqueometria, pela UFMG. Tem 50 artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais. E-mail: cavalcanteufpi@yahoo.com.br.

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