Avance de investigación • Vol. 36 (12/2017), pp. 48-53 • PDF 1.14 MB• english
Luis Carlos Duarte Cavalcante, Victor Hugo Gomes Tostes
Laboratório de Arqueometria e Arte Rupestre (LabAAR), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, Brasil
(cavalcanteufpi@gmail.com) Resumo
O sítio arqueológico Pedra do Atlas constitui-se de um abrigo sob-rocha arenítica, localizado na área rural do município de Piripiri, Piauí, Brasil, decorado com 423 pinturas rupestres, além de algumas gravuras rupestres.
Recentemente, fragmentos cerâmicos, pigmentos minerais e alguns líticos foram encontrados na superfície do solo abrigado.
Amostras dos pigmentos minerais avermelhados foram analisadas por fluorescência de raios X por dispersão de energia (EDXRF), espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e espectroscopia Mössbauer do 57Fe, visando determinar a composição química elementar e identificar as espécies ferruginosas desses materiais pictóricos.
O teor de ferro nos ocres, como determinado por EDXRF, expresso como Fe2O3, é ~56 a ~60 massa%. Dos espectros Mössbauer, a hematita (αFe2O3) foi inequivocamente identificada como o óxido de ferro responsável pela cor vermelha dos ocres. Dupletos de Fe3+, atribuíveis a espécies superparamagnéticas, provavelmente incluindo hematita ou goethita de partículas muito pequenas, ou a ferro paramagnético na estrutura cristalina de aluminossilicatos, também foram encontrados.
Palavras-chave
Ocre, óxido de ferro, espectroscopia Mössbauer, FTIR, EDXRF, arqueometria.
Fechas
Recibido: 6-11-2017. Aceptado: 12-11-2017. Publicado: 20-11-2017.
Cómo citar
Duarte Cavalcante, L. C., V. H. Gomes Tostes. 2017.
Espécies ferruginosas em pigmentos minerais do sítio arqueológico Pedra do Atlas. Arqueología Iberoamericana 36: 48-53. http://purl.org/aia/367. Agradecimentos
Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de IC a VHGT (processo 142658/2017-0); à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pelo apoio financeiro; e em especial a Luiz Carlos da Silva, do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) pelas medidas de EDXRF.
Referências
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