ARTÍCULO de investigación • Vol. 44 (2019), pp. 10-21 • PDF 995 KB• english
Marcos Jadiel Alves,a,b Wilkins Oliveira de Barros,b Bruna de Souza Lopes,b
Benedito Batista Farias Filho,b Claudevan Alvino de Sousa,c Francisco Eroni Paz dos Santos,c Aline Freitas,d Maria Conceição Soares Meneses Lage b,d
a Instituto Federal do Piauí (IFPI), Cocal, Piauí, Brasil; b Departamento de Química, Centro de Ciências da Natureza, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, Piauí, Brasil;
c Departamento de Física, Centro de Ciências da Natureza, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, Piauí, Brasil;
d Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, Centro de Ciências da Natureza, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, Piauí, Brasil
(jadiel.alves@ifpi.edu.br) Resumo
Foi realizada a caracterização química e mineralógica de pinturas rupestres das tradições Agreste e Geométrica dos sítios arqueológicos da Descoberta e Saco do Cipó, Piauí, Brasil, através das técnicas arqueométricas: (i) fluorescência de raios X de bancada e portátil (FRX) por dispersão de energia, e (ii) espectroscopia Raman.
Os resultados apontam grandes quantidades de silício, alumínio, fósforo, enxofre, potássio, cálcio e ferro. As pinturas rupestres, de diferentes tonalidades de cor, foram preparadas com materiais ricos em hematita (α-Fe2O3). A espectroscopia Raman permitiu identificar o óxido de ferro sob a forma de hematita e o óxido de titânio sob a forma de anatásio (TiO2), além de muitos cristais de quartzo (SiO2).
As semelhanças na composição químico-mineralógica das duas tradições de pinturas rupestres indicam que elas possuem a mesma composição elementar e que provavelmente foram utilizadas em seu processamento matérias-primas oriundas de mesma área-fonte.
Palavras-chave
Arqueometria; espectroscopia Raman; Tradição Agreste; Tradição Geométrica; composição químico-mineralógica.
Fechas
Recibido: 23-9-2019. Aceptado: 29-9-2019. Publicado: 7-10-2019.
Cómo citar
Alves, M. J., W. O. Barros, B. S. Lopes, B. B. Farias F., C. A. Sousa, F. E. P. Santos, A. Freitas, M. C. S. M. Lage. 2019. Semelhanças químico-estruturais entre pigmentos de pinturas rupestres pré-coloniais de São Miguel do Tapuio, Piauí, Nordeste do Brasil. Arqueología Iberoamericana 44: 10-21.
Otros identificadores persistentes
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Agradecimentos
Ao CNPq-Brasil pela bolsa de Produtividade em Pesquisa de M. C. S. M. Lage e pela bolsa de Iniciação Científica junto à UFPI de W. O. Barros. À CAPES-Brasil (Projeto PNPD: 20130219) pela bolsa de Pós-Doutorado de A. Freitas e pela bolsa de Mestrado de B. S. Lopes, C. A. Sousa e de M. J. Alves. À Universidade Federal do Piauí (UFPI) pela bolsa de produtividade de F. E. Paz dos Santos.
Sobre os autores
Marcos Jadiel Alves é professor da Graduação do Instituto Federal do Piauí (IFPI) e mestre (Química) pela Universidade Federal do Piauí (UFPI); atualmente faz doutorado em Química Analítica pela UFPI. E-mail: jadiel.alves@ifpi.edu.br.
Wilkins Oliveira de Barros faz graduação em licenciatura em Química pela Universidade Federal do Piauí. E-mail: wilkins-wl@hotmail.com.
Bruna de Souza Lopes é mestre em Química pela Universidade Federal do Piauí e técnica de laboratório de Química na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). E-mail: brunalopes.quimica@gmail.com.
Benedito Batista Farias Filho, professor da Graduação e Mestrado (Arqueologia) da Universidade Federal do Piauí, é doutor em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: beneditofarias@ufpi.edu.br.
Claudevan Alvino de Sousa Filho é graduado em Física pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Atualmente faz mestrado em Física pela Universidade Federal do Piauí. E-mail: claudevan.ufpi@gmail.com.
Francisco Eroni Paz Dos Santos, doutor em Física pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), é professor da Graduação e Mestrado da Universidade Federal do Piauí. E-mail: franciscoeroni@gmail.com.
Aline Gonçalves de Freitas é doutora em Ciências (Geologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente realiza Pós-Doutorado pela Universidade Federal do Piauí. E-mail: tuttyfreitas@gmail.com.
Maria Conceição Soares Meneses Lage, doutora em Arqueologia, Antropologia e Etnologia pela Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne), é professora titular da Universidade Federal do Piauí e membro permanente dos programas de Pós-Graduação em Química e em Arqueologia. E-mail: meneses.lage@gmail.com.
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